domingo, janeiro 22, 2006

simple kind of life

Pelo passado abdiquei de amar
Resguardo-me num escudo protector
Onde ninguém consegue entrar
Onde ninguém me causa dor…
Fui ficando cada vez mais sozinho
Escolhi a luz da lua para me acompanhar
Nunca peço indicações sobre o caminho
Nem qual a direcção a tomar...

Hoje posso estar bem
Amanhã posso estar mal
Nunca culpo ninguém
Continuo a sorrir de forma natural...
Simples e solitária a minha forma de viver
Distribuo amor sem criar elos de ligação
Se tiver de partir ninguém irá sofrer
Se alguém partir não surgirá em mim a desilusão…

quarta-feira, janeiro 18, 2006

Sonhos

A noite é escura, o tempo frio
A solidão inunda a minha alma sem piedade
Ouço ruídos estranhos num eco vazio
Mistura de silêncio com ansiedade
Preso num portal de dor e sofrimento
Procurando ocultar cada canto obscuro do meu ser
Perdido numa dimensão de espaço sem tempo
Inundado do arrependimento de me arrepender…
Palavras que ferem como facas
Forjadas no calor de uma revolta sem sentido
Ardem em esperanças vãs, como beatas
Desaparece no ar o motivo…
E aí surges tu anjo negro
Sem dor, sem tristeza, sem medo
E eu fico apenas contemplando o teu olhar
Sem palavras, sem gestos, sem avançar
Sem querer mais do que me queres dar
Sem vontade de voltar a acordar…

quinta-feira, janeiro 05, 2006

Uma noite, uma história...

Tudo estava calmo, silencioso, a noite caía em volta e cobria o meu mundo com um manto negro como a minha alma… vagueava pelas ruas como uma sombra.
Esgotado, queimado pela vodka, sentei-me num banco de jardim perto da paragem de autocarro deserta, sozinho, triste, carente. Nos meus ouvidos ainda ecoavam as tuas palavras, na minha mente ainda via a imagem da tua despedida. Uma chuva mágica surgiu naquele momento de angústia, as gotas de água acariciavam a minha face como as mãos de anjos, e chorei, as lágrimas escorriam agora pelo meu rosto e camuflavam-se num chão cada vez mais molhado. Deitei-me para o lado e adormeci, ia já longo o meu sono quando sonhei contigo, no meu sonho tudo continuava perfeito, no meu sonho ainda continuávamos na minha cama abraçados, ainda continuavas a morder-me a orelha e a dizer que ficaríamos juntos para sempre, ainda continuávamos a fazer amor como da primeira vez…
De repente um estrondo surgiu, acordei sobressaltado, era o autocarro das 6, levantei-me, entrei sem sequer perguntar para onde ia, deixei o meu carro por aí, mas isso pouco importava naquele momento, só queria voltar a casa, adormecer e puder sonhar, para estar contigo outra vez…