quarta-feira, janeiro 13, 2016

Viajante do labirinto

Vejo o meu país ficar para trás da pequena janela do meu avião... Na minha cabeça ecoa o riso do meu afilhado, as piadas da minha irmã, o olhar carinhoso da minha mãe ao chegar a casa, os beijos apaixonados da minha namorada... as serras e a luz da minha pátria vão dando lugar ao azul e branco do céu, o qual cruzarei até à próxima paragem, Amesterdão.
Não me queixo da sorte... aliás, sinto-me grato por tremenda oportunidade e reconhecimento laboral que tenho! Mas a distância, essa que impede o toque nos meus entes queridos quando sinto necessidade, dói um pouco.
Na imperfeição da vida, sou um felizardo por ter mais momentos bons para recordar, do que maus para esquecer...
Avisto o aeroporto, a arquitectura típica das casas holandesas, um dia cinzento com alguns chuviscos...
Em breve voltarei à rotina, aos desafios do dia-a-dia, ao consolo dos amigos que aqui já fiz, e que partilham do mesmo sentimento... a dor será menos latejante, a saudade acalmará, tudo regressará à normalidade, tudo ficará bem.