sexta-feira, outubro 14, 2011

Um dia voltaremos a estar juntos

Pensei que seríamos para sempre, como nas histórias de encantar... como nos filmes que víamos ao fim de semana na cama, com o teu rosto sobre o meu peito. Os mesmos onde terminavas inevitavelmente por soltar lágrimas de emoção, e eu te apertava forte, e te beijava os olhos...
Como pôde a vida levar o meu bem mais precioso? Como pôde a felicidade ausentar-se assim sem permissão, deixando-me desarmado e só, aos desígnios da dor e da saudade?
Um dia voltaremos a estar juntos... Correremos descalços pelos jardins do Éden, ou pagaremos no Inferno de mão dada, as consequências de termos vivido de uma forma louca e desenfreada.
É em ti que penso nas noites em que o sono tarda em chegar, e é o teu sorriso que paira na minha mente, a cada novo despertar...
Amei-te... Amo-te... Quando partiste levaste uma parte de mim. A minha melhor parte.
Hoje sou um vulto que vagueia pelo mundo, em busca de algo, que jamais poderá encontrar.



terça-feira, outubro 11, 2011

In-somnia

Sombra inquieta que dança na janela do meu quarto, enquanto as horas passam sem que consiga pregar olho... Sinto o eco da solidão, e o espaço é demasiado amplo para dias como este.
A cama fria e amarga não me traz o consolo necessário, e os sons da madrugada suprimem qualquer tentativa de me refugiar nos sonhos.
Levanto-me, dou voltas, deito-me... Procuro não sei onde, não sei bem o quê. Uma manobra vã, na esperança de encontrar algo que me acalme, que me embale, que feche os olhos cansados, e me devolva a paz...
Faço perguntas sem resposta, e respondo sem me perguntar... num monólogo louco e esquizofrénico, próprio dos dementes... 
Luto contra os fantasmas da mente, que hoje insistem em levar a melhor. Vão passando as horas, o silêncio imerge, sucumbo ao cansaço da batalha... por fim adormeço...

terça-feira, setembro 20, 2011

Natura

As inquietações e devaneios que preenchem a minha existência, desvanecem quando o sol aquece o meu corpo, e o vento acaricia a minha face. 
Enquanto os meus olhos se deliciam com imagens de infinidade, e o silêncio tranquiliza este coração sedento de liberdade, eu sorrio...
Sorrio, porque me sinto vivo... sinto cada gota de sangue a fluir nas minhas veias... sinto cada lufada de ar, a dilatar os meus pulmões... sinto que cada pedaço de mim exalta o momento.
O céu azul azul lá em cima, é o telhado que quero que cubra a minha cabeça... o chão gasto pela erosão do tempo, é a alcatifa que quero pisar.
Vou caminhando sem preocupações... perco a noção do tempo... faço por esquecer o tempo...


segunda-feira, maio 23, 2011

Platónico

Talvez eu me encontre enquanto vagueio perdido por aí... talvez eu me perca nesta imensidão de desejos, e ânsia de infinito.
A minha alma é leve como os sonhos que preenchem a minha existência mortal, e flutuo pela desígnios da vida, como um balão de ar quente. 
Queiras tu ser a minha âncora, e prender-me em terra firme... dar o repouso e o conforto necessário, a quem há muito viaja sem destino aparente, lutando contra o cansaço do tempo, e procurando uma realidade que teima em não chegar.
Porque é que vejo em ti tudo o que quero ver, e mesmo sem te ver, sei que o continuarei a ver?! 
Procuro explicações na lógica matemática de Einstein, e nos poemas dramáticos de Shakespeare, mas não encontro... Isto nasce no fundo da minha alma, como a água nasce no cimo da Serra,  e brilha no meu interior, da mesma forma que o sol reflectido na mais perfeita lagoa.
Vislumbro a fonte da vida no teu sorriso sereno... sem te tocar sinto a suavidade da tua alma, e o calor do teu coração. Sem te ouvir, escuto os acordes das tuas palavra, e a melodia dos teus ideias...
Perco o norte... mas pouco me importa, se não tenha rota definida...

terça-feira, abril 26, 2011

Terapia

Respiro o ar puro da liberdade. Mesmo na imensidão do nada, não me sinto sozinho... A mãe natureza acaricia a minha face com leves brisas, e estica os cantos da minha boca, até que a minha expressão se converta num rasgado sorriso.
O tempo só a mim pertence, as barreiras horárias não existem neste momento... Olho em volta e percebo o quão perto estou do céu e das nuvens, o quão longe estou da hipocrisia humana, da falsidade, e dos seus mesquinhos julgamentos.
Sou uno e feliz aqui cima... aqui onde o vento canta hinos de alegria e júbilo... aqui onde nasce a água fresca e pura,... aqui onde o sol envolve tudo em volta com a sua luz e o seu calor... aqui onde estatutos e dinheiro não importam... aqui onde as aves partilham o espaço como iguais, e não estão presas em gaiolas, dispostas aos desígnios da vaidade humana...
Adoro esta magia, este silêncio que fala e me acalma... esta sinestesia que nutre a minha alma... que me reconforta e fortalece... que me ajuda a crescer e a melhorar... que me prepara para enfrentar e superar, as adversidades que estão lá em baixo.