quinta-feira, fevereiro 25, 2016

(Des)complicado

Vamos superar guiões de cinema
Fazer da vida um poema
Da felicidade o tema...
E se porventura um problema
Surgir no meio do caminho
Fugimos para o nosso cantinho
Eu, tu, e uma garrafa de vinho...
Abraçados no quentinho
A minha mão a fazer-te carinhos
A tua boca a dar-me beijinhos
Os meus sussurros  a murmurarem-te o que gostas
As tuas unhas a arranharem-me as costas
O pecado a fazer-nos companhia
A noite a transformar-se em dia
Tu a adormeceres nos meus braços
Eu a sucumbir ao cansaço...


quarta-feira, janeiro 13, 2016

Viajante do labirinto

Vejo o meu país ficar para trás da pequena janela do meu avião... Na minha cabeça ecoa o riso do meu afilhado, as piadas da minha irmã, o olhar carinhoso da minha mãe ao chegar a casa, os beijos apaixonados da minha namorada... as serras e a luz da minha pátria vão dando lugar ao azul e branco do céu, o qual cruzarei até à próxima paragem, Amesterdão.
Não me queixo da sorte... aliás, sinto-me grato por tremenda oportunidade e reconhecimento laboral que tenho! Mas a distância, essa que impede o toque nos meus entes queridos quando sinto necessidade, dói um pouco.
Na imperfeição da vida, sou um felizardo por ter mais momentos bons para recordar, do que maus para esquecer...
Avisto o aeroporto, a arquitectura típica das casas holandesas, um dia cinzento com alguns chuviscos...
Em breve voltarei à rotina, aos desafios do dia-a-dia, ao consolo dos amigos que aqui já fiz, e que partilham do mesmo sentimento... a dor será menos latejante, a saudade acalmará, tudo regressará à normalidade, tudo ficará bem.

sexta-feira, outubro 14, 2011

Um dia voltaremos a estar juntos

Pensei que seríamos para sempre, como nas histórias de encantar... como nos filmes que víamos ao fim de semana na cama, com o teu rosto sobre o meu peito. Os mesmos onde terminavas inevitavelmente por soltar lágrimas de emoção, e eu te apertava forte, e te beijava os olhos...
Como pôde a vida levar o meu bem mais precioso? Como pôde a felicidade ausentar-se assim sem permissão, deixando-me desarmado e só, aos desígnios da dor e da saudade?
Um dia voltaremos a estar juntos... Correremos descalços pelos jardins do Éden, ou pagaremos no Inferno de mão dada, as consequências de termos vivido de uma forma louca e desenfreada.
É em ti que penso nas noites em que o sono tarda em chegar, e é o teu sorriso que paira na minha mente, a cada novo despertar...
Amei-te... Amo-te... Quando partiste levaste uma parte de mim. A minha melhor parte.
Hoje sou um vulto que vagueia pelo mundo, em busca de algo, que jamais poderá encontrar.



terça-feira, outubro 11, 2011

In-somnia

Sombra inquieta que dança na janela do meu quarto, enquanto as horas passam sem que consiga pregar olho... Sinto o eco da solidão, e o espaço é demasiado amplo para dias como este.
A cama fria e amarga não me traz o consolo necessário, e os sons da madrugada suprimem qualquer tentativa de me refugiar nos sonhos.
Levanto-me, dou voltas, deito-me... Procuro não sei onde, não sei bem o quê. Uma manobra vã, na esperança de encontrar algo que me acalme, que me embale, que feche os olhos cansados, e me devolva a paz...
Faço perguntas sem resposta, e respondo sem me perguntar... num monólogo louco e esquizofrénico, próprio dos dementes... 
Luto contra os fantasmas da mente, que hoje insistem em levar a melhor. Vão passando as horas, o silêncio imerge, sucumbo ao cansaço da batalha... por fim adormeço...

terça-feira, setembro 20, 2011

Natura

As inquietações e devaneios que preenchem a minha existência, desvanecem quando o sol aquece o meu corpo, e o vento acaricia a minha face. 
Enquanto os meus olhos se deliciam com imagens de infinidade, e o silêncio tranquiliza este coração sedento de liberdade, eu sorrio...
Sorrio, porque me sinto vivo... sinto cada gota de sangue a fluir nas minhas veias... sinto cada lufada de ar, a dilatar os meus pulmões... sinto que cada pedaço de mim exalta o momento.
O céu azul azul lá em cima, é o telhado que quero que cubra a minha cabeça... o chão gasto pela erosão do tempo, é a alcatifa que quero pisar.
Vou caminhando sem preocupações... perco a noção do tempo... faço por esquecer o tempo...


segunda-feira, maio 23, 2011

Platónico

Talvez eu me encontre enquanto vagueio perdido por aí... talvez eu me perca nesta imensidão de desejos, e ânsia de infinito.
A minha alma é leve como os sonhos que preenchem a minha existência mortal, e flutuo pela desígnios da vida, como um balão de ar quente. 
Queiras tu ser a minha âncora, e prender-me em terra firme... dar o repouso e o conforto necessário, a quem há muito viaja sem destino aparente, lutando contra o cansaço do tempo, e procurando uma realidade que teima em não chegar.
Porque é que vejo em ti tudo o que quero ver, e mesmo sem te ver, sei que o continuarei a ver?! 
Procuro explicações na lógica matemática de Einstein, e nos poemas dramáticos de Shakespeare, mas não encontro... Isto nasce no fundo da minha alma, como a água nasce no cimo da Serra,  e brilha no meu interior, da mesma forma que o sol reflectido na mais perfeita lagoa.
Vislumbro a fonte da vida no teu sorriso sereno... sem te tocar sinto a suavidade da tua alma, e o calor do teu coração. Sem te ouvir, escuto os acordes das tuas palavra, e a melodia dos teus ideias...
Perco o norte... mas pouco me importa, se não tenha rota definida...

terça-feira, abril 26, 2011

Terapia

Respiro o ar puro da liberdade. Mesmo na imensidão do nada, não me sinto sozinho... A mãe natureza acaricia a minha face com leves brisas, e estica os cantos da minha boca, até que a minha expressão se converta num rasgado sorriso.
O tempo só a mim pertence, as barreiras horárias não existem neste momento... Olho em volta e percebo o quão perto estou do céu e das nuvens, o quão longe estou da hipocrisia humana, da falsidade, e dos seus mesquinhos julgamentos.
Sou uno e feliz aqui cima... aqui onde o vento canta hinos de alegria e júbilo... aqui onde nasce a água fresca e pura,... aqui onde o sol envolve tudo em volta com a sua luz e o seu calor... aqui onde estatutos e dinheiro não importam... aqui onde as aves partilham o espaço como iguais, e não estão presas em gaiolas, dispostas aos desígnios da vaidade humana...
Adoro esta magia, este silêncio que fala e me acalma... esta sinestesia que nutre a minha alma... que me reconforta e fortalece... que me ajuda a crescer e a melhorar... que me prepara para enfrentar e superar, as adversidades que estão lá em baixo.

segunda-feira, novembro 01, 2010

L

L foi o meu primeiro amor, a minha primeira paixão.
Foi um verão em finais da década de 90. Éramos dois adolescentes, cuja vida fez o favor de cruzar os destinos. Pertencíamos a mundos distintos, ela era citadina, com o tom de pele dourado pela praia... eu era um miúdo da aldeia, com problemas de integração...
L era a rapariga mais bonita que alguma vez havia visto. L era morena, de olhos grandes e sorriso perfeito... Todos os rapazes repararam naquela presença na aldeia nesse verão, sobretudo eu....
L foi a primeira rapariga que beijei, o meu mais puro e doce beijo...
L partiu no final do verão, deixando o meu coração despedaçado, e a minha alma vazia...
Sem o saber, L mudou a minha vida para sempre. Jamais voltei a ser o miúdo inseguro que era antes, jamais voltei a duvidar de mim, jamais me senti menos que os demais,..
Um dia voltei a reencontrar L, mas tudo havia mudado. A vida fez o favor de nos moldar, e a pureza dos sentimentos ficou para sempre naquele verão. A imagem que guardo de L, é de uma menina de cabelo negro e pele morena, que prendia o meu olhar, me fazia esquecer as horas, e me dava vontade de estar com ela para além dos limites do tempo e do espaço...

segunda-feira, setembro 20, 2010

Anoitecer

Vem adormecer no meu abraço
Vamos esquecer o cansaço
E acalmar essa dor...
Vem que tenho um mundo melhor.
Um mundo de sorrisos, onde andamos descalços pela relva a brincar com o cão... onde rebolamos no chão às gargalhadas...onde não temos medo do toque e de mostrar o que vai por dentro.

Nesse mundo o tempo não é dividido em horas, mas sim em momentos. E a infelicidade apesar de estar presente, só serve reforçar o quão maravilhosos são os nossos momentos felizes.

Entra... não precisas de bater, deixei a porta aberta. Tira os sapatos, relaxa, vou inventar um história para ti, "era uma vez..."
Alguma coisa há-de fluir, ao sabor das tuas reacções... vou fazer com que te sintas bem... Sem pressas, sem precipitações, sem forçar nada.

Esse sorriso favorece-te. Assenta-te bem... Tenho em crer que o teu rosto foi projectado para usar essa expressão, e é contra-natura o ar triste que trazes.

Vem cá, estou à tua espera, e tenho todo o tempo do mundo para ti...

sexta-feira, março 19, 2010

Sou Livre

Não pertenço a ninguém, e ninguém me pertence...
Não pertenço a lugar algum, e nenhum lugar é a minha casa...
Sou livre, livre como o vento que me bate na cara neste momento, enquanto desço a encosta de bicicleta com os braços abertos e os olhos fechados...
Não temo nada, nem sequer a morte... brinco com ela, insulto-a, olho-a de frente e pisco-lhe o olho com sarcasmo...
Tenho tanto para ver, tanto para sentir, tanto para saborear... tenho fome, tenho sede de vida....
Quero abraços apertados, quero beijos, quero sorrisos, quero realizar sonhos... quero ser mágico, quero ver pessoas felizes... quero conhecer o mundo, quero amar, quero voltar... quero esquecer... quero recordar... quero ser amado e ignorado, esquecido e lembrado... quero sobressair e passar despercebido... quero sonhar acordado, e dormir embalado na realidade de uma vida feliz...
Abro os olhos e volto a agarrar o guiador... está um belo dia de sol...

Hoje é o teu dia

Quando deixaste a minha mãe a fazer o teu trabalho com nove meses de gestação, e foste para o teu mundo dos jogos da sorte e azar, talvez tenha sido o presságio da relação que iríamos ter... Nesse dia, 8 de Janeiro de 1985 vi o mundo pela primeira vez, e tu não estavas lá... Aliás tu nunca estiveste lá.

Da pessoa que sou hoje, muito te tenho a agradecer.
Obrigado por me teres deixado enfrentar o mundo sozinho... sou forte e frio, e não temo nada nem ninguém.
Obrigado por me teres largado a mão em frente aos obstáculos... não há barreira que dependa de mim que eu seja incapaz de ultrapassar.
Obrigado por não me teres apoiado financeiramente... sei o que é não ter nada, e o quanto custa ter algo.
Obrigado pelas vezes em que me puseste a mão em cima, pelas vezes em que discutiste com a mãe de madrugada, e a minha irmã veio chorar nos meus braços... sou capaz de manter a calma em qualquer situação, e de tranquilizar as pessoas à minha volta.
Obrigado por não teres limpo as minhas lágrimas... aprendi a não as derramar...

Provavelmente não vais ler isto, mas necessitava exorcizar...
Sabes bem que não te guardo rancor, nem te desejo mal, estes sentimentos escorrem por mim como água, e no final consequentemente acabam por desaparecer.
De ti só tenho pena, pois este fardo vai pesar muito na tua alma, muito mais do que o peso de qualquer lápide...

sábado, fevereiro 20, 2010

Pensamentos...

Levanto-me, abro os braços e a multidão exalta-me... Na realidade não gostam de mim, mas respeitam-me e temem-me. Sou o rei, e as suas vidas pertencem-me.
Em baixo na arena, dois gladiadores dão a sua vida para meu entretenimento, mas hoje sinto-me aborrecido... nem o som das espadas, nem os salpicos de sangue e pele que vão voando, são capazes de me despertar deste tédio.
Ao meu lado, bela e imponente, está a minha rainha, por quem já há muito tempo perdi o amor. É um casamento de conveniência, e provavelmente me dará belos herdeiros. Por vezes gostava de ser um deles, e estar ali em baixo na multidão, sem ter os olhos constantemente colados sobre mim, mas sei que isso é apenas um pensamento não exequível.
Bem já está no chão, e agora... "morre", "não morre"... que morra...
- "Carne para os meus cães!!!"
Baixo o polegar mostrando a sentença. Mais um, menos um... a multidão necessita. As pessoas não gostam de lideres condescendentes, revelam fraqueza.

Finalmente terminou o circo, já estou em casa.
Dispo as vestes de rei, caminho sozinho no meu quarto... Paro, olho-me ao espelho... dou conta que sou apenas mais um comum mortal... Aproximo-me da janela, respiro fundo, fico a contemplar as estrelas...

domingo, janeiro 21, 2007

Fenix

Como a Fenix que renasce das cinzas
Ardi no fogo da minha mente
Obscura e deprimente
Pensei em partir…
O nevoeiro levantou
A chuva passou
As chagas começam a cicatrizar
E a dor…
Vai desaparecendo devagar
Lenta e progressivamente
Como a imagem do teu sorriso
Estou curado do feitiço…
Tenho o mundo na minha mão
Sou rei da minha solidão

quarta-feira, março 15, 2006

Noite

Vem para mim noite
Quero mergulhar na tua escuridão
O teu silêncio
A tua solidão...
Leva de novo esta luz
Que queima os meus olhos
E revela os contornos
Que quero esconder
Eu quero-me esconder...
Abraça-me
Assim como a mãe
Que protege a sua cria
E leva este dia
Vazio como tantos outros...
Frio como tantos outros...
Apenas mais um como tantos outros...

segunda-feira, março 13, 2006

Simplicidade

Eu adoro a simplicidade
O preto e o branco
Ficar aqui num canto
A sorrir sozinho enquanto recordo
Aqueles dias de Verão
Em que brincava no rio
Mergulhava na água gelada
Alheio ao frio
Sem preocupações com nada
A vida era tão simples
Como os sorrisos de criança...
Não percebo o porquê da mudança...
O rio secou
A vida mudou
Os sorrisos verdadeiros da minha infância
Deram lugar á falsidade da minha vivência
E nunca mais voltei a mergulhar
Nunca mais voltei a brincar
Nunca mais voltei a brincar...

quinta-feira, março 09, 2006

continuo a seguir em frente

Outros talvez tenham
Amor, amizade, companhia
Eu apenas tenho a luz da lua
Para iluminar a noite fria
Alguns talvez consigam
Cantar, dançar, sorrir
Eu nem sequer consigo
Fechar os olhos e dormir...
Vou mentindo a mim próprio
Tentando acreditar que nada está mal
Com a inconsciência consciente
Que é um princípio fatal
E me conduz ao abismo
Profundo cataclismo..
O caos na minha mente
Mesmo com medo de cair
Sigo em frente
Apesar de tudo sigo em frente...

quarta-feira, março 08, 2006

Não sou nada

Eu adoro o silêncio
O som da chuva no telhado
O soprar do vento
A solidão deste momento
O facto de ninguém saber que existo
Estar deitado na minha cama fria
Ver a luz a surgir na janela
Ao nascer outro dia
E sonhar... e sonhar...
A toda a hora e momento
Sem barreiras de espaço
Sem condicionantes de tempo
Eu sou mesmo assim
Um conjunto vazio
O sopro que apaga a vela acesa
Sou insignificante
Sou essencial
Bom e mau
Forte e fraco
Tudo o que amas e odeias
Tudo o que veneras e abominas
Tudo aquilo que procuras
Tudo aquilo de que foges
Eu sou tudo
Eu não sou nada...
Eu não sou nada...
Eu não sou nada...

terça-feira, fevereiro 21, 2006

Perdido

Quebrei
Na fugacidade de um momento
Um sentimento surrealista
Que despertou por dentro…
Fiquei hipnotizado
Pela magia de um olhar
Um sorriso mais que perfeito
Impossível de ignorar…
Perdi o controlo
Sobre o meu corpo
Sobre a minha vontade
Sobre a minha atenção
Segui cada um dos seus passos
Cada movimento
Cada palavra
Cada gesto
Cada expressão …
Como se por instantes
Nada mais em volta fizesse sentido…
Apenas o brilho daquele olhar
Em que adoraria ficar perdido…

quarta-feira, fevereiro 08, 2006

mar de descontentamento

Noite que me abraça
E cobre o meu mundo de negro
A escuridão que tranquiliza
E me traz o sossego…
O silêncio do nada
Em que busco a paz
E ganho forças
Para seguir em frente
Sem olhar para trás…
Levanto-me a cada dia
Cada vez mais saturado
Fraco e exausto
Extremamente cansado…
Mas vou sobrevivendo
Resistindo ao sofrimento
Lutando para não me afogar
Neste mar de descontentamento

terça-feira, fevereiro 07, 2006

Só mais uma vez

Espero por dias melhores
O acalmar da tempestade
O renascer do sol
E com ele a vontade
De continuar
De lutar
De levantar a âncora
E zarpar
Para outra realidade
A aniquilação da dor
Quero liberdade
Quero calor...
Quero muito mais
Quero recomeçar mais uma vez
Quero acreditar mais uma vez
Só mais uma vez...